Mas talvez mais dramática seja a relação dos IBP com o maior risc

Mas talvez mais dramática seja a relação dos IBP com o maior risco de infeção pelo C. difficile, dado que a diarreia associada a esta infeção é uma das principais causas de morbilidade e de aumento dos custos de cuidados de saúde em doentes hospitalizados. Numa meta‐análise publicada recentemente no American Journal of Gastroenterology 4, os AA referem um aumento de Anticancer Compound Library datasheet 65% de incidência da diarreia associada ao C. difficile em doentes sob medicação com IBP. Há cerca de 2 anos houve movimentos cívicos, nos Estados Unidos (Public Citizen – Protecting Health, Safety and Democracy), que alertaram

para a generalização do uso crónico dos IBP e, nomeadamente, para o risco de dependência desse uso crónico 5. Essa dependência

poderá ser justificada pelo efeito rebound, dado que o doente terá maior dificuldade em suspender a medicação de IBP devido ao agravamento imediato dos sintomas. Parafraseando Dharmarajan (Albert Einstein College of Medicine, Nova Iorque)6, hoje em dia os IBP são usados como água. Eles estão, de facto, entre a classe de drogas mais largamente ERK inhibitor cell line prescritas. E muitos doentes tomam inibidores sem o próprio conhecimento do seu médico assistente. Sabe‐se também que os IBP em baixas doses já fazem parte, desde 2009, em Portugal, da lista dos medicamentos não sujeitos a receita médica. É neste contexto que consideramos muito oportuna a publicação, no GE, do trabalho original intitulado «Uso inapropriado de inibidores da bomba de protões num serviço de medicina interna»7. A sua originalidade, para além da importância de poder traduzir a realidade nacional, resulta, também, do facto de se focar no uso inapropriado dos IBP em meio hospitalar. Os resultados do estudo sugerem que, provavelmente, um número considerável de prescrições desnecessárias de medicamentos antisecretores na prática geral é iniciado em meio hospitalar. As intervenções educativas para

reduzir a prescrição de IBP a nível da comunidade foram, no Reino TCL Unido, dececionantes, segundo um estudo realizado no Hospital de Swansea8: na análise realizada antes da intervenção, 24% dos doentes estavam a receber tratamento com IBP prescrito na comunidade e, desses, em 54% dos casos o IBP tinha sido prescrito de forma inadequada. Seis meses após a intervenção educativa, 26% dos doentes recebidos no hospital estavam sob medicação com IBP e em 51% dos casos não havia indicação para essa medicação, segundo as normas do NICE9. No trabalho aqui publicado, para além de se pretender avaliar se o uso profilático dos IBP foi apropriado, concluindo‐se que numa elevada percentagem (40%) deles se fez uso sem indicação, houve ainda a intenção de calcular o respetivo impacto financeiro negativo.

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